Copa Truck: Primeiro caminhão de corrida híbrido elétrico do mundo tem chance de vencer na última etapa
Caminhão pilotado por Giaffone conta com tecnologia
do Nióbio da CBMM incorporada aos componentes para
mais eficiência e se mostra competitivo até a corrida final.
Foto: Arquivo CBMM
No próximo domingo (10), o primeiro caminhão de corrida com motores a combustão e elétrico do mundo com tecnologia de Nióbio embarcada, volta às pistas de Interlagos, em São Paulo, para disputar a última e histórica etapa da temporada 2023 Copa Truck. O Mission Zero VW Meteor deu a primeira largada em março de 2023, como ícone da iniciativa Mission Zero, que tem como propósito iniciar uma jornada em direção a zerar sua própria emissão de carbono, a partir de uma série contínua de inovações. Pilotado por Felipe Giaffone e resultado da parceria de desenvolvimento da Volkswagen Caminhões e Ônibus com a CBMM, Ciser, Giaffone Electric e a R9 Competições, conquistou desempenho ao longo da competição e chega à final empatado na liderança da PRO, no páreo pelo título do GP deste ano.
O caminhão inaugurou uma nova era no cenário do automobilismo mundial, se lançando à frente de iniciativas semelhantes que ainda estão em discussão em outras pistas de corrida pelo mundo. Ainda que o sistema elétrico tenha sido ativado apenas de forma experimental, os números que fizeram o Mission Zero chegar como um dos favoritos impressionam: 225 pontos, 4 vitórias, 9 pódios, 3 pole positions e 2 voltas mais rápidas.
Ao longo das competições, novas tecnologias foram exploradas e testadas em condições extremas, com foco em eficiência energética, segurança, otimização de peso e neutralização das emissões de carbono. O veículo foi pensado nos detalhes com um pacote de trem de força e demais componentes que levam à redução do consumo de combustível e das emissões, não só nas pistas.
A grande novidade foi o conjunto de trem de força híbrido, com motor elétrico para auxílio do motor a diesel. A integração eletrônica do veículo utiliza de forma inteligente e sincronizada ambos os sistemas de tração (elétrica e combustão), junto com um sistema de regeneração de energia durante a frenagem, conhecido como Kers, para recarregar as baterias. Tudo isso projetado de acordo com os mais rigorosos padrões de segurança.
“Nosso foco, desde o início, foi fazer implementações progressivas e aperfeiçoar componentes essenciais do caminhão. O Nióbio é um elemento chave nesta jornada altamente tecnológica. Pequenas adições deste metal com propriedades únicas são capazes de aumentar a performance de materiais utilizados, já que o veículo fica mais leve e consome menos combustível. A Copa Truck nos permitiu testar os materiais e novos componentes ao limite. É como colocar um laboratório nas pistas; nos permite inovar mais rápido”. explica Érico França, especialista técnico da CBMM, que acompanhou o desenvolvimento do projeto.
Em linha com essa tendência mundial de adoção de tecnologias mais sustentáveis e graças à parceria com a CBMM, a iniciativa também larga na frente com o uso de materiais avançados com Nióbio, o que confere mais resistência, leveza e segurança, tornando o caminhão ainda mais competitivo. Também faz parte da jornada tecnológica a possibilidade de adoção de materiais nanocristalinos (ligas que, com o Nióbio, adquirem um conjunto único de propriedades eletromagnéticas) aplicáveis à eletroeletrônica e em componentes para o carregamento com maior eficiência energética.
Quem pisou fundo no acelerador para testar em condições extremas toda essa tecnologia segue motivado com a última corrida da temporada contando com sua experiência no traçado e na trajetória de inovações da estrela da competição. “Estou muito feliz em participar deste projeto tão inovador e inspirador ao lado de parceiros incríveis: CBMM, Volkswagen Caminhões e Ônibus, Ciser, Giaffone Electric e a R9 Competições. Além da Omni Financeira, um parceiro que atua comigo em vários projetos. Este foi um ano de transformação histórica e é um marco do começo de uma nova jornada de sustentabilidade no esporte a motor nacional”, comenta Felipe Giaffone, piloto da equipe R9 Competições | Giaffone Racing.